Canto para dentro do teu nome,
com a voz
virada aos astros. Escrevo –
dentro
ao roseiral
de urtigas -- o caminho
de formosuras.
(Recolho-te na respiração
dos figos).
Algo me toca
o êxtase dos frutos,
a inocência da loucura (a palavra
a lavrar o grão do poema
em retalhos).
Teu é o tumulto das veias
na vertigem da fábula;
tua é a dor luminosa
que rompe o trigo e a madrugada.
Acordo em teu horto
com espinha dorsal
buscando o sol.
E canto ao oásis
a lição do deserto.
SALGADO MARANHÃO
(Do livro “A CASCA MÍTICA”)
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