.abandonadas todas as
casas passadas, os fantasmas se divertem. eu também.
havia a sombra de uma mulher ao relento e um chapéu
espantalho com a noite dos corvos apontando a crescente. mas era lúcido e
devastava a arquitetura metálica ao redor com uma luminosidade protetora. era
uma claraboia no eletrochoque do aço. onde as crianças forjavam o teatro dos
caleidoscópios. era uma casa infância, era uma casa memória e sempre terá olhos,
gigantes, mariposas. quando o vacilo do corpo vier, com a senescência dos
mapas, retornarei ao balanço desta casa íris. as pálpebras são berços roxos de
dedaleiras. dobradiças que se abrem ao testamento grimório da luz.
Andréia Carvalho Gavita
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