cristalino perdido
dentre os dentes da alma
congelado à espera
onde se esconde o fogo
como Prometeu
esperei doar o fogo aos
homens
e ao invés de calor
lhes trouxe o frio
porque o ente humano
que caminha na certeza
absoluta
se torna um monstro
e faz coisas de monstro
e diz coisas de monstro
e será banido como tal
não espero mais o amor da
humanidade
a paz celestial
ou cocanha eterna
troco por uma passagem
para a nau dos insensatos
hoje
me contento mais com uma
migalha de desejo
uma velhice tranquila
meu neto correndo pela
casa
e a luz de uns certos
olhos
Edson Bueno de Camargo |
a fome insaciável dos olhos
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