terça-feira, 24 de setembro de 2013

O silêncio que devora a noite
é o mesmo que me come o coração,
sem preliminares.

Feito de estocadas,
golpes,
galopes surdos.

O silêncio
é um homem bruto
cuja fome esqueceu de gemer.

Vara pelas horas,
equídeo e solitário,
desmembrando-me.

Arranca, a pancadas,
um uivo negro, abortado
de caminhos que ele mutilou.

(2012)

Roberta Tostes Daniel 

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