No verão, às tardinhas, irei pelos campos,
Acariciando o trigo e esmagando o capim.
Sonhador, tomarei uma boa fresca assim:
O vento a fazer festa por todos os cantos.
Calado, irei em frente, sem pensar em nada:
Mas amor sem fim trago no peito guardado
E vagabundo irei, para onde for a estrada,
Feliz, como se houvesse mulher ao meu lado.
Março de 1870 (Rimbaud tinha 15 anos)
...
...
Terminei o primeiro às 3,00 da madruga e este segundo do
Rimbaud agorinha quando já está quase amanhecendo. Acho que agora vou conseguir
dormir.
.
No Cabaré-Verde
às cinco horas da tarde
Depois de uns oito dias a pé, perdi os coturnos
No caminho. Mas entro com tudo em Charleroi.
No Cabaré-Verde, torradas são o que há,
Com manteiga e presunto, em pedidos diurnos.
Feliz, estico as longas pernas sob a mesa
Verde e contemplo os toscos e rudes motivos
De uma tapeçaria. — Que agradável surpresa
Quando a vi, suas enormes tetas e olhos vivos.
É ela! Não existe um beijo que a apavore!
Risonha, traz a refeição sem que eu implore:
Manteiga muito boa, num prato do caralho,
Presunto róseo perfumado pelo alho.
Depois traz a cerveja, sem fazer farol
Pela espuma brilhante como um raio de sol.
Outubro de 1870 ( 16 anos)
Por Antonio Thadeu Wojciechowski
Nenhum comentário:
Postar um comentário