Eu me orgulho, ó Deusa, profundamente,
Dos momentos em que sinto que preciso
E dependo de tua mão e teu consolo,
Pois nestes momentos, mais que nunca,
Eu me percebo feito para amar-Te e reconheço
Dentro de mim a melhor parte do que sou.
Sou feito para amar-Te e carecer de Ti
E nisto encontro escusa para ver-me por vezes
Tão confuso e aturdido diante das agruras
Deste mundo, oblíquo mundo, insano e torpe;
Mas se clamo o nome teu, Deusa minha,
Dentro do negro silêncio que me envolva,
Tua mão me chega à face e o seio teu me aquece
Na noite cega de meus surdos desenganos.
Quando estou fraco, então é que sou forte.*
Minha fraqueza soergue o escudo das montanhas,
O pranto meu desfralda a espada ignescente
Do relâmpago que estronda e rasga a terra;
Minha palavra caminha mais que o vento
E o golpe de meu braço é como o tombo
[de um carvalho,
Porque Tu estás em mim e o amor de Ti
Faz-me pequeno e grande como a chuva...
O amor de Ti, referve em mim, ó Deusa
Como o sangue de um leão dentro de humano corpo.
Eu, deveras, confesso que me orgulho,
Com soberba que rogo me perdoes,
Do amor de Ti que justifica a minha alma
E faz-me carecer de tua mão e teu consolo.
Não morra eu por orgulhar-me de tal sina
E haja perdão para a soberba de Te amar.
Igor Buys
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*Quando estou fraco então é que sou forte; Paulo de Tarso,
Segunda Carta aos Coríntios 12:10.
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