sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Dialeto do Lodo


é mesmo possível que
os pulsos cortados da chuva
ou um sol suicida
nos mofem a língua e
apenas facultem, em meio
ao coma desenganado das flores,
o dialeto do lodo.

mas é certo que ainda,
empiolhados de estrelas,
cantaremos

como não canta o pássaro
como não canta a máquina
como não canta a morte

como só canta o fogo,

o barítono brutal que há no fogo.

Rodrigo Madeira

Nenhum comentário: