é mesmo possível que
os pulsos cortados da chuva
ou um sol suicida
nos mofem a língua e
apenas facultem, em meio
ao coma desenganado das flores,
o dialeto do lodo.
mas é certo que ainda,
empiolhados de estrelas,
cantaremos
como não canta o pássaro
como não canta a máquina
como não canta a morte
como só canta o fogo,
o barítono brutal que há no fogo.
Rodrigo Madeira
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