terça-feira, 24 de setembro de 2013

pankrac te espera
com a terceira lingua
conspirando sem saber

é preciso q se dispersem
q não destruam nada
q se calem totalmente

“se vc não voltar
é possivel q seja o fim
e não se resista de vergonha”

depois dessa moralidade
sempre fria e ridicula
nem vinho nem vinagre

cabelos arrepiados de pavor
como esses viralatas
e ninguem da um pio

“não me interessa nada
nada de nada e a cerveja
é sempre pouca e cara”

a policia rasga e bate
ate a carne se arrepender
ate as palavras menstruarem

todos se cagam de medo
tudo continua igual igual
e começa a festa bruta

“se o tempo é grave
a ponto de se ter q matar
tanto melhor se somos muitos”

somos muitos e nos divertimos
nos aquecemos nessa noite
e as noites são todas frias

ou então faremos macarrão
fuzilamos esses idiotas comendo
fatias de anchovas em conserva

“é porisso q é preciso o terror
pra q a carne o desejo e tudo
teja bem a altura da pena”

o circulo não passa de merda
essas moscas emporcalham
a vida as horas o riso e o rio

“grande cagada a de vcs todos
jamais perdoarei essas moscas
se acharem no direito de voar”

agora é ate proibido cuspir
pensar nem se fala assim
como essa rigida nudez

com essa cara de burocrata
coturnos e balas de borracha
e não se faça de idiota


*
Alberto Lins Caldas

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