Poucas cenas falam mais que essa. Se uma imagem vale mais
que mil palavras, essa vale um milhão de versos, e..., alguns eu fiz:
Leiam e comentem.
Meu carinho a quem tiver a pachorra de ler até o final.
Olinto Simões
Todo Poeta que se preza, não recusa convite pra Poetar sobre
o belo, mesmo que esse belo, seja profundamente feio, pela situação que
apresenta e pelos comentários infelizes, dos infelizes que Poetas não são.
ESTÁTUAS CARENTES
De costas pro belo,
Plantaram o Poeta,
E o mar não reclamou,
Por sabê-lo mais próximo,
Mesmo que de costas.
Com a Estátua do Poeta,
De costas pra costa,
A costa ficou mais bela,
E quem ali passa,
Nota a estátua de frente.
Contudo não há quem enfrente,
O sofrimento do outro,
E pra isso dá as costas,
E não há quem comente,
A conduta da Estátua.
O carente que carente segue,
Deu as costas pra costa,
Sentou ao lado do Poeta,
Ficando de frente pras pessoas,
Que como estátuas dinâmicas,
Passavam e seguiam em frente.
É..., não há quem enfrente,
A cena que de frente,
Dá as costas pra costa,
E todos que são pessoas,
Agem como se estátuas fossem.
O carente se aninha ao colo da estátua,
Mas, na verdade o que mostra é mais feio,
Longe do carinho frio e do belo demonstrado,
Mostra a ausência de colo e a falta de ninho,
Em cada pessoa que passa e dá as costas.
Pessoas de coração duro mostram-se carentes,
Estátuas humanas, duras, inflexíveis, feias,
Movem-se muitas vezes ao longo da costa,
Sem ao menos se olharem de frente,
Pois, não há quem o olhar carente enfrente.
E assim resta a foto do feliz fotógrafo,
Que de frente para o belo,
Enfrenta o belo da costa,
De costas pras pessoas de costas,
Olhando em segundo plano o mar,
Gravou em imagem estática,
Em plano primeiro, o feio.
Feio sim, o não movimento do Poeta,
Que como estátua não abraçou,
O carente que na estátua se aninhou,
Afinal, ela é estátua e não sente,
A dor que na foto não aparece,
Mas é sentida por quem de frente,
Tenha coragem e enfrente,
Quem por medo de sofrer,
Dá as costas pra frente do belo.
A foto fica,
A imagem fica,
A estátua fica,
Os carentes continuam,
A carência permanece,
E não há quem assuma,
Que carente é..., e a isso..., enfrente !
Olinto Simões – 14 de Março
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