A cada dia, um novo caso de pessoas queridas, próximas, a
serem atropeladas pela violência da nossa Curitiba, do nosso mundo, vasto e
decadente mundo.
O que dizer? que começo a me sentir ameaçada em minha casa?
Eu que sempre andei com equipamento, dia e noite pelas ruas
da cidade, que sempre desfraldei a bandeira da segurança, da fé pelas pessoas
que respiram o mesmo ar que eu?
Continuo em minha rotina. Usando da intuição. Por exemplo,
bolsa comum como forma de não chamar atenção a qualquer objeto de valor que eu
possa estar carregando, quando na rua. Mas só quando estou sismada. Todas as
vezes que me ocorreram incidentes horríveis, tive intuição de.
Mas entristece isso de um querer tomar o que é do outro, ao
invés de correr atrás do que quer pra sí. Ou do que tem direito.
Me entristece ver as pessoas saquearem supérfluos, como a
beleza física, por exemplo.
Só isso pode justificar, minimamente, o ocorrido a duas
belas e jovens amigas que ao sairem de um bar foram levadas em seu carro e
espancadas cruelmente, sem nenhuma agressão sexual, apenas crueldade. Por que?
Por serem bonitas, inteligentes, talentosas e de bem com a vida? Em tempo, são
heteras. Não que isso faça alguma diferença a mim, mas é que o ato muda de
modalidade. Sai do nefasto clichê homófobico nazista. É retalhação à vida,
mesmo.
Estão saqueando nossas vidas socias. A rua virou ringue,
duelo ou qualquer cruel corredor, onde o algoz pode estar pronto a te derrubar,
pelo simples barulho do tombo.
Será que passarei a ser sismada o tempo todo?
Bom dia?
Lina faria
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