"Escrever com o olho na posteridade é tão absurdo como
escreveres para os súditos de Ramsés II, ou para o próprio Ramsés, se fores
palaciano. Quanto a escrever para os contemporâneos, está muito bem, mas como é
que vais saber quem são teus contemporâneos? A única contemporaneidade que
existe é o da contingência política e social, porque estamos mergulhados nela,
mas isto compete melhor aos discursivos e expositivos, aos oradores e
catedráticos. Que sobra então para a poesia? - perguntarás. E eu te respondo
que sobras tu. Achas pouco? Não me refiro à tua pessoa, refiro-me ao teu eu,
que transcende os teus limites pessoais, mergulhando no humano."
(Mário
Quintana)
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