quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Hoje cedo chove em meu coração
Inundando os estreitos becos e vielas da alma
Resfriando pouco a pouco o solo quente
Como serpentes de nuvens brotando em pingos do céu
Hoje cedo chove em meu coração
Lagrimas que lavam a pele funda
Cavernas de dor e sal, carne umedecida
Pelos prantos vermelhos da intensa solidão.
Hoje cedo chove em meu coração
Redesenhando as margens de um dia nublado
Enquanto eu rondo os cômodos da casa
Abro um livro como uma janela
E fico ali espiando perdido em pensamento-estação

Marko Andrade


O poeta morto

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