domingo, 17 de janeiro de 2016

CANTO CHÃO

Este soneto é um cantochão,
um pouco chão, um pouco canto,
no qual eu canto em cantochão
ora este chão, ora este canto.
Ora este chão onde o meu canto
se salmodia em cantochão
e ora o canto, o próprio canto,
um metacanto, um metachão.
E se este canto que ora canto
não se parece a nenhum canto,
é que é duro cantar do chão.
Eis o motivo porque o canto,
mais que acalanto ou desencanto,
torna-se a brecha deste chão.

Otto Leopoldo Winck

Nenhum comentário: