domingo, 17 de janeiro de 2016

POSTERIDADE

Quando me leres e já me não teres
Aí então, talvez perguntarás:
- Por que tantas paixões, tantos prazeres
Se tudo o que sentiu não sente mais?
Quando eu já não for mais coisa alguma
Além da lápide que traz meu nome
Quando o ódio, o frio, a dor, a fome...
Forem iguais a flor que não perfuma
Quando esta feia e lúgubre caveira
Já esquecida de qualquer lembrança
Não deixou mais do que uma quimera
Feche Meu livro mais do que depressa
Pois, um defunto muitas vezes cansa
Quando o que ele escreveu, nada interessa!

Geraldo Aguiar

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