segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

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da série: novas memórias modestas (o olhar clandestino da periferia)

um dos arquétipos (pra falar junguianamente) mais comuns e ao mesmo tempo exóticos, cá das quebradas em que vivo, é o híbrido advindo do cruzamento cultural de seis elementos: raul seixas, paulo coelho, programas policiais, maconha, nietzsche e a bíblia. trata-se de um sujeito curioso cujo discurso transita o intransitável; tudo começa com: "dae maluco, tem um careta?" e, a partir daí, não há questão metafísica que o intrigue - kant por aqui é fichinha (embora, tenha sido confundido com uma banda de rock e colocado na categoria [kantiana?] de "não curto esse som"). acabei de me deparar com um desses - que me custou dois rolivudes - e na verdade um terceiro (de despedida). depois de perceber "in loco" ou "ad hoc" a profundidade das relações entre tempo e espaço, sai de banda (ou à francesa), antes que ele fumasse meus últimos cigarros.

William Teca

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