domingo, 17 de janeiro de 2016

BIOGRAFIA MUDA


Minha linguagem é feita de silêncio.
Da densidade sólida
Que corrói as paredes
De todos os templos.
Prece muda, quase um fluído
Se esvaindo do pensamento.
O verbo que fala de mim, sussurra.
Está noutro tempo,
Noutra rima,
Noutro verso.
Verbo imperfeito
Que não quer virar palavra:
Verbo que cala,
Verbo que morre,
Verbo que mata.
Assim, sou um rascunho
Entre junho e julho,
Quando o frio é um poema fatigado
De esperar o inverno puro de agosto.


(poema de VIVIANE BARROSO, poeta carioca,está na 70ª postagem da série AS MULHERES POETAS...)

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Fonte : Rubens Jardim

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