domingo, 9 de julho de 2017

BIOMBOS


Desenhar o medo no verso
feito se este próximo passo
deslindasse um futuro raso.
E o muito do antes verte-se
nos espelhos, nos estilhaços
que cortam os dedos suados
quando o boticário da poesia
aborta o poema na concertina.
Roda a noite no vento que assopra.
Sobre o alho. Entre a própria porta.



 Marlos Degani


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