Vidas são só intervalos.
O sim entre nãos, expresso.
O que há entre o berço e a lápide.
Tempo cifrado em compassos,
a que chamamos música,
o som que por notas ecoa.
Munch, entre gritos, silêncio.
O vazio entre o discurso
e o aplauso.
Susto entre o passo e a queda.
No entre - braços, o abraço
que pelos dedos escoa.
Se o Universo
se expressa em pulsos
E medita-se entre os sons,
o intervalo entre os mantras,
isto não seria vida?
Podemos pensar então
que há algo no não
entre os sins,
além do que é negação?
(a noite traz no estojo
o lápis que desenha o dias.
E a pausa assim como ritmo
dá a cor à melodia...)
Há algo entre a lápide
E o berço?
Prece,
entre as contas de um terço.
Possibilidade insuspeita,
entre as oportunidades,
Tantas!
Ruth Cassab Brolio
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