“O Rumor é uma gaita assoprada pela desconfiança, pela
inveja, pelas conjecturas; é de tão fácil e simples dedilhar, que o bronco
monstro das inúmeras cabeças, a multidão, sempre inconstante e volúvel, a pode
facilmente tocar.”
William Shakespeare
Nos lupanares da insignificância
Recolhe-se demente e satisfeito
O depravado monstro da ignorância
Sobre a carniça dum promíscuo leito;
Amortalhando o pensamento estreito,
Em que ao mais leve sopro de inconstância,
Esquece com prazer o que está feito
Nas ondas da soberba e da arrogância!
E como se esculhambam de repente
As excelências das ações mais puras
Na boca atroz da multidão que mente:
O certo é não ouvir seus tons mordazes,
Pois fodem o melhor das criaturas
Co’a fria insensatez de suas frases!
David Moura
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