sábado, 15 de julho de 2017

PLACEBO


"Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nessa vida
Não fosse o mesmo amor de toda gente!"
(Florbela Espanca)

Soluços sufocados, mãos crispadas,
Mil grutas dentre o peito, nebulosas
Qu’expandem e se encolhem alternadas,
Inflando-me as moléculas nervosas...

A vastidão de um sonho malsinado,
Falácia sem sentido e essa cegueira,
Que rende a nós somente um triste fado
E dores que se tornam rotineiras...

Teimo em manter os olhos ora enxutos,
E a voz então insiste em se calar.
Cultivo sentimentos que são brutos,

Destarte ‘inda eu não soube lapidar.
O amor se faz presente, esse resiste,
Malgrado o jeito meu de estar tão triste.

(Magmah)Sara Beatriz Reis

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