sábado, 18 de junho de 2011

Agoniza empanturrado o dia. Dormência e cólicas.




Desaba o morro!

Tudo se converte em pastosa despedida



Despe-se em ruínas o oculto pranto, em pedras torna macias vidas

Sujeira em almas limpas passando o sopro divino. Só mais uma ceia de cães vadios



Restos humanos em faces animais. Anjos voam para não voltar

Chove sobre o entulho urbano e morre um rio renascido em poça



Catador nada em busca da latinha, afoga-se em coco



Urubus namoram futura comida que ainda sonha com a filha e a mulher

passa um tiro de desespero; sonhos nunca. Só pesadêlos



Que preciosos momentos a morte presenteia.



Um sorriso de uma criança o amor da esposa.



O urubu pousado no crânio será o almoço de amanhã

da familia que procura na memória o rosto do afogado.







Wilson Roberto Nogueira

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