Por Elisa Tkatschuk
Uma viagem para a Europa e geralmente associada por nos, brasileiros, a expandir horizontes, aprender novas culturas e, sobretudo, conviver com gente mais rica e educada. Tida como culturalmente inteligente, Europa e, no nosso senso-comum, sinônimo de anglo-saxonismo, riqueza cultural e financeira.
Supõe-se que, em países ricos, a população tenha acesso a melhor educação do mundo e que ela seja acessível a todos. Preparada para seis meses de aprendizado da língua inglesa numa escola na metropole Dublin, Irlanda, eu me deparei com professores pouco qualificados que não supriam a expectativa causada pela grande quantidade de dinheiro empenhada nesses cursos de inglês. Vizinha da Inglaterra, a Irlanda ganhou o apelido de Celtic Tiger dado o grande desenvolvimento economico ocorrido no país nos últimos dez anos. Aqui, para que um nativo seja professor, requere-se apenas um curso de duração de um fim de semana para que ele ganhe o certificado de TEFL, ou Teaching English as a Foreign Language. Por isso, muitos professores nao são professores graduados, preparados para lidar com o desafio psicológico da sala de aula. Ate ai tudo bem, afinal ninguem nasce sabendo e um curso de inglês não e nenhum curso universitario. Mas, quando dinheiro entra em jogo, não há relação custo beneficio que corresponda a situação das escolas de ingles.
Alem disso, e preciso tomar cuidado com a propaganda enganosa. As brochuras das escolas podem prometer cafeterias, cursos e servicos que na verdade não existem. A desinformação ou mal-informação pode colocar a pessoa que comprou o curso numa rua sem saída, uma vez que não existe nenhum recurso ou orgão público, algo como PROCON para estrangeiros, disponibilizado caso ela esteja descontente com o curso que comprou. Já e difícil o bastante viver num país que não fala a sua lingua. Tentar conseguir ajuda em outra língua, onde a ajuda não existe e onde você não conhece as leis, pode transformer o aprendizado cultural num pesadelo e inconveniente muito grande.
Tudo isso quer dizer que se você comprou um curso de inglês de duração de seis meses, chegou no pais, percebeu que a escola não vale o preço que você pagou ou que você foi enganado, você não vai saber para quem reclamar e não tera seu dinheiro reembolsado. Assim, é preciso atenção ao comprar qualquer curso antes de viajar para outro país. Vale a pena checar se a informação que voce recebeu é verdadeira com alguem que já estudou na escola para qual voce esta indo. É triste que, em países que recebem milhares de poloneses, chineses, japoneses, espanhóis e estrangeiros do mundo todo diariamente, não exista nenhum órgão de assistência a imigrantes no que concerne a leis. Mais lamentavel é que muitos europeus culturalmente e financeiramente ricos não tratam os estrangeiros com toda a melhor educação que eles receberam.
No final das contas – literalmente - pode ser muito mais divertido e educacional andar pelas ruas de bicicleta, ler livros, aproveitar o sol de verão até as 21 horas, conversar com nativos e estrangeiros do mundo todo no parque tomando sorvete, sem ter a consciência pesada por um rombo na conta bancaria.
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