O céu cerrou as pálpebras,
chorando gafanhotos de metal.
No abraço de abandono
a lua afogara-se no sonho lacustre
perdendo a face.
Enquanto cerravam fileiras
florestas de fumaça
sobre a óssea plantação.
Amanheceu ruborizada a manhã.
Nos movimentos leitosos das nuvens
a tarde dormiu sem nenhuma esperança
ao olhar o alvo olho da escuridão.
Wilson Nogueira
tal como na visão de extinção de Paul Celan em que o último nó do ar está numa faísca,a escuridão aqui relata um céu impossibilitado,porém,fumegante e estou certo que ainda anil;por isso a ''óssea plantação'' não se quebrou completamente,a fratura é o sono da esperança,ela acorda em sua dor onde o rosto perdido da natureza,não alvorece o lago e nem tão pouco o cinza das nuvens do corpo extinto,mas,tambem não aquiesce a morte.
T.S.
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