domingo, 12 de junho de 2011

O céu cerrou as pálpebras,


chorando gafanhotos de metal.



No abraço de abandono

a lua afogara-se no sonho lacustre

perdendo a face.



Enquanto cerravam fileiras

florestas de fumaça

sobre a óssea plantação.



Amanheceu ruborizada a manhã.



Nos movimentos leitosos das nuvens

a tarde dormiu sem nenhuma esperança



ao olhar o alvo olho da escuridão.







Wilson Nogueira

tal como na visão de extinção de Paul Celan em que o último nó do ar está numa faísca,a escuridão aqui relata um céu impossibilitado,porém,fumegante e estou certo que ainda anil;por isso a ''óssea plantação'' não se quebrou completamente,a fratura é o sono da esperança,ela acorda em sua dor onde o rosto perdido da natureza,não alvorece o lago e nem tão pouco o cinza das nuvens do corpo extinto,mas,tambem não aquiesce a morte.



T.S.

Nenhum comentário: