domingo, 19 de junho de 2011

Família

Ele estava ali, algemado, como se alheio à situação. Só mesmo eu o conhecia de outra data. O que teria feito?Um policial á paisana segurando seu braço, a chacrinha da calçada em volta , e eu ali, entre me apresentar para conhecê-lo publicamente ou me mandar. Afastei-me, entrei num  boteco. A imagem dele não saia da cabeça. Uma mulher parou a meu lado,pediu um café.Olhei-a,pincelava o lábio com a língua. Fomos para um hotel. Tirei a calça e a estendi de lado lado na cadeira. a mulher na cama, já roncava !Nu, sentei no travesseiro. deixei-a roncar, para que eu pudesse saber, no noticiário de rádio da madrugada, o destino do meu irmão.Suspendi a mão, quase toquei-a, mas a mão voltou me socando acelerada, mais e mais,  até me aliviar...

João Gilberto Noll.in "Relâmpagos "

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