Este leito incerto
que nos une.
Este espaço de azul
e de pecado.
Esta nossa esperança
desbotada,
que teima em lutar
contra o medo
que nos cerca...
Estas nossas bocas
tão nocivas,
esculpindo carícias,
se afagando...
cavalgando ao sabor
do nosso cheiro
num calor que adoça
e se amplifica.
Esta nossa busca
inacabada
e esta estranha fome
de ter sede...
E os nossos gritos de encanto
no reflete
em nossas roupas pousadas
no tapete.
Nossos rostos
tão frágeis à tristeza,
o nosso sonho
tão fácil de ruir...
E nossos corpos
tão cheios de cansaço.
E nosso modo,
tão morte,
de dormir...
Altair de Oliveira, In: "Fases", edição do autor,
1982.
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