terça-feira, 29 de agosto de 2017

A peste



Quisera adoçar o peito
E houve o pleito
Meio sem jeito
No que iria dar.

Sói ruborizar caso,
Houvesse nas faces
Das gentes, pudor
Amor, valor, virtude,
Coisas assim que existem
No dicionário.

Não,
Há pedras
As de açúcar, então.

Dei
Veneno às ratazanas
Em talheres argentinos.

Ao preço do adubo orgânico
Sei que elas carregam
Doenças

Os meus gatos amigos
Bailam por sobre os muros
De sempre
Livres, acaricio-lhes os pelos

Meus gatos ainda selvagens
Comem ratazanas róseas
De enormes tentáculos
Sociais.

As bichas reproduzem-se
Inumanas
E iletradas

Por aí
Nos perseguindo
Os alimentos,

Sorrateiras
Queimando ao sol verde
Clerical
De suas cloacas laicas
Em festa.

Como sempre.

Espantam as mulheres para longe.

ACM

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