Luz do quarto acesa, tão lentas as horas,
madrugada se arrasta, não consegue ir embora.
Um sol sonolento, contaminado, cinzento,
amanhece nublado lá no firmamento.
Pela janela eu percebo calçadas desertas,
pássaros em revoada, trajetórias incertas.
Um café bem quente, e o prazer de um cigarro...
Faz tempo eu não fumo, mas ainda quero, é claro!
Quarta-feira, setembro, final de estação,
estiagem aqui dentro, entorpecidas as mãos.
Coração já não chora, já não tenta, nem sente,
calmaria faz tempo apaziguou minha mente.
Caminhar pela cidade a procura de um verso,
temas estranhos, pensamento disperso.
As palavras que brotam já não formam poemas,
um amontoado de frases, nada que valha a pena.
Quarta-feira, setembro, final de estação,
o tempo que eu tenho escapole das mãos.
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