Carnaval mais uma vez chegando.
Saio para comprar minha fantasia.
A princípio, pensei em xeque árabe,
Porém, por absoluta falta de fundos,
Desisti do meu intento.
Depois, imaginei-me de Pierrô,
Mas, como já sou triste por natureza,
Nem sei se por medo ou incerteza
Essa idéia também melou.
E, assim, ansioso e indeciso,
Prossegui na busca insana:
Clow, morcego, pirata
Romano, punk, falsa baiana,
Nenhuma a seduzir
Minha alma que se dizia carnavalesca.
Até que, no espelho da Casa Turuna,
Deparando-me com minha imagem a refletir,
Surpreendo-me com o vulto desconhecido
E, num lampejo de ousada inspiração,
Paro espanto, meu e de todos,
Resolvi fantasiar-me de mim-mesmo,
Saindo por aí à brincar, anônimo,
Por ninguém reconhecido
Nem pelo meu lado mais sombrio.
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