domingo, 27 de agosto de 2017

( O mesmo João )



Andar nas nuvens
perder o chão.
Trocar a vaca magra
por um pé-de-feijão.
Tem ouro dando canja,
um castelo acima.
O gigante acorda
sob o som da rima.

Sou como todos
o mesmo João,
o tópico utópico
de toda noção.

Sou como todos
o mesmo João,
hipotético e patético,
luz de imaginação.

Mal te vi lá de cima,
tudo ficou pequeno.
Ontem peguei
uma gripe, um sereno,
uma galinha gorda
de ovo amarelo.
Aí bati a asa,
aí bati o martelo.


Cidadão das nuvens
Renato Silva


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