sexta-feira, 25 de agosto de 2017

SONHO SUBURBANO



A língua se mexe toda, pelos becos...
pelas ruas e nos morros, a língua vive... sobrevida!
Nas garras da trama, existe uma mágoa...
mas a esperança insiste em não morrer.

Culturas, uma em cima e outra embaixo...
cores se misturam ao balanço do pano de fundo.
Cada mundo tem seu submundo, tem martelo
e papéis... as pipas voam, as grades ecoam.

Educação, cortina de fumaça. Na praça tem muito joio.
Em comboio, caveiras e ferro em brasa. Suor, sal, salário
mínimo. No máximo, Redentor assiste as quebradas.
Garganta e nó, extravasar é lei. Arte, sim.

Sonhar não custa o quanto custa engolir
os sapos. E o sonho suburbano ganhou a elite...
que elite? Aquela que balança ao som da batida
atrevida... e grita a indignação dos becos, ruas e morros.


(Juleni Andrade)

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