domingo, 27 de agosto de 2017



Achou que possuía o dom de prever o futuro nas manchas da aquarela. Percebeu que as formas aleatórias compunham histórias. Alguns amigos, quando souberam da novidade, o visitaram no ateliê. Outros consultaram na cidade mesmo. Pintou aquarelas para diversas pessoas e consulentes. As manchas sugerem signos – paisagens, objetos, rostos, animais, edifícios, cidades. O problema é que, como a aquarela, o futuro é fluido, líquido e incerto. Modifica-se a cada nova aquarela que alguém pinta, tentando decifrá-lo.

Fabiano Vianna

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