Entre tanta matéria bruta, o ato de lembrar
não é mais do que buscar uma imagem
em sonhos vislumbrada – um instante
que perdura, cada vez mais transparência,
mas nunca transparência absoluta;
uma imagem cujo sentido reconstruo
em lapsos de clareza, como se uma ventania
agitasse as cortinas e permitisse que a luz
revelasse o que há dentro do quarto escuro;
mas logo a torrente cessa e tudo repousa
nas vésperas do esquecimento.
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