– Sabe, tem horas, como agora – disse ele –, que eu queria
abdicar de tudo, deixar de lutar contra Tânatos, deixar de resistir à corrente
que me leva ao nada...
– E pra quê? – ela perguntou.
– Sei lá, só pra descansar dessa agitação feroz e sem
finalidade que muitas vezes é a vida. O ser tem saudade do não-ser.
– Mas o ser também quer se realizar sendo, existindo,
desenrolando-se. E quem o move é o Eros, o princípio da vida. É ele quem
escreve a nossa história. Então vem cá, me dá um beijo.
– Não, hoje eu quero só colo.
Otto Leopoldo Winck
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