Anoitecia
em meus olhos o sol,
enquanto a lua
– espaçonave anacrônica –
amanhecia
do oceano escuro que há em mim
para a noite crescer em estrelas e luz.
Sou novamente noite.
Em meus olhos não mais arde o sol.
Mas em meu lábio a lua
entoa outra vez sua lenda
em seu cortejo de séculos.
Sou novamente poeta.
Novamente me vejo perdido,
estranho
e azul.
Otto Leopoldo Winck
Também do 'Flor de barro'.
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