De onde vem os poetas;
Do planeta dos guardanapos,
do universo das canetas?
De uma paixão insana, desmedida, desumana;
de um amor sem réguas, tréguas ou rancores?
De onde vem os poetas;
De um lugar no fim do mundo
onde o gato perdeu as botas?
Da solidão das noites frias, da saudade, da melancolia;
De um momento de alegria, luz e acolhimento?
De onde vem os poetas;
De uma energia inteligente
intermitente, clara e abstrata?
Da luminosa estrela nova que cai sobre esta terra,
iluminando os pedidos de um sonhador comum?
De onde vem os poetas;
De um genoma indecifrável
construído nas provetas?
Dessa louca aventura hereditária de viver e reviver
eternamente,
como um vago e solitário penitente numa cela construída pelo
tempo? De onde vem os poetas;
De um colorido quintal da infância,
da abnegação de um asceta?
Do Bosque Estético de Tithorea, de Minemósine, Plinea, de
Caliope,
do religare oculto da filosofia, num sem fim de hipócritas e
cínicos?
De onde vem os poetas;
Da Basílica de São Pedro,
Dos labirintos de Meca?
Como anjos decaídos surgem de todos os lugares
Pelos mares da loucura navegando alma e sentimento
De onde vem os poetas;
Vem do norte, vem do sul;
pela rosa desses ventos?
Das esquinas do pecado, do desejo mais sublime?
Hoje eu me respondo: os poetas vem de dentro!
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