/ se eu quebrar com meus sonhos / e só restar o tédio
medonho, / a decrepitude, a tristeza infinita / o monturo (na vida, na escrita)
/ nenhuma cia. de seguros / vai arcar com o prejuízo / então, / dou um basta à
bosta toda / redesenho o traço da boca / deito um sorriso lindo para o mundo /
respiro fundo, vou com tudo / porque é assim (e só assim) que se tem que ir //
a av. Paulista correndo é tão engraçada / parece uma cobra de marshmellow / uma
viagem de ácido / uma enguia eletrocutando a língua / os olhares, os colares,
tristes demais / estupefatos, oleosos, covardes e sem razão / a cavoucar a
cidade atrás de um tostão / ou de um milhão / pobres diabos e diabos ricos a
rastejar / quarteirão a quarteirão / uns com ar condicionado, mp3, Honda, /
apartamento mobiliado, aulas de inglês / outros não / a gente que tem /
heliporto / vinho do porto / trabalha no horto / não passa fome nem morto / e a
gente que / disfarce a disfarce / ganha apenas o necessário / para endividar-se
/
11 de agosto de 2011
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