Num desenho octogonal,
a aranha, noite e dia,
traça e destraça linhas, teimando em resolver
o seu problema de trigonometria.
Obesa e mole, de ventre bojudo,
ainda faz seus treinos
de trapézio e de corda:
bem triste velhice
de uma profissional...
Já remendou, mais de uma vez, a rede,
para a mosca que não vem...
Bem que ela poderia
pescar arco-íris, nas gotas de orvalho
penduradas
do fino chamalote...
Aranha triste, aranha fiandeira,
podendo envolver-te na tua própria teia,
por que tanto tardas em te amortalhar?...
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