METAMORFOSE
Ao virar a esquina do tempo
desgastado pela chuvas dos dias
assisto com estupefacção
à mudança que fere a existência
O Sol continua a nascer
nos locais onde os dias acordam
mas a luz já fere o olhar
As estrelas regressam na noite
pois não sabem escapar-se do céu
mas a sua presença é difusa
encoberta nas teias de fumos
e repelentes cortinas de gases
Os mares crescem no tempo
engrossados na indiferença aos sinais
que se espalham à vista de todos
e os ventos volteiam raivosos
como feras ululantes de dor
incitadas por maus tratos constantes
Os Homens fomentam discórdias
germinadas em intolerências crescentes
alimentadas pelos senhores da guerra
e as crianças choram com fome
nos desertos da indiferença humana
perante as tragédias alheias
Assistimos à metamorfose
da borboleta que foi este mundo
na crisálida que agora habitamos
A lagarta espreita no tempo ...
João Carlos Esteves
25 de janeiro de 2011 20:51
JCE 01/2011
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