RIO DE JANEIRO - No Rio Grande do Sul, um cidadão, acho que
uma autoridade local, está processando o Google por conta de uma informação que
considerou, além de falsa, prejudicial à sua imagem e carreira. Uma juíza deu
liminar, não sei se a favor ou contra a ação.
O problema é dos mais recorrentes, desde que entramos na era
digital. Não apenas o Google, mas também outros provedores, inclusive os
usuários habituais que navegam livremente na internet, transmitem ou
retransmitem dados e informações errados e, na maioria, mal-intencionados. A
tecnologia ainda não criou (e acho que dificilmente criará) um recurso
eletrônico que apure a infinita massa de comentários, notícias, críticas e até
mesmo insultos que rolam pelas telinhas de todo o mundo.
De minha casa, aqui na Lagoa (RJ), posso acusar de adultério
a mulher de um vereador nas ilhas Papuas (se é que lá existem vereadores). Não
me custa nada, além do acesso normal ao meu equipamento.
No caso do Google e de outros provedores mais sérios,
acredita-se que haja uma rotina técnica que impeça certos abusos, inclusive por
uma questão de credibilidade. Mas o universo virtual é mais infinito do que o
próprio universo que os cientistas declaram finito.
Tudo fica possível, como queria Machado de Assis.
Outro dia, numa discussão sobre o assunto, o Gabeira
considerou a parte mais irresponsável da internet como instrumento do
ressentimento e do ódio. Além da invasão da privacidade em muitos casos, há o
insulto ou a denúncia sem possibilidade de a vítima replicar ou contestar.
No meu caso pessoal, já tomei conhecimento de que publiquei
um livro que nunca escrevi ("Cadernos do Fundo do Abismo") e de que
sou feliz possuidor de uma excelente criação de búfalos na zona missioneira do
Rio Grande do Sul.
CARLOS HEITOR CONY - 29 Sep 2011
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