quinta-feira, 29 de agosto de 2019

As belas corujas sabem mais.




De repente eu fale de mim,
Que sou assim,
E mais além.

De repente eu queira alguém
Por perto,
Quando não tiver ninguém.

De repente eu confie meus
Tesouros aos olhares dos doutos,
Que os querem,
Sem querer.

De repente o futuro cure o passado,
De repente a luz ilumine a treva.

De repente essa gente se vá,

De repente.

Uma instância de silêncio
Se sobressai à minha paz.

E vou

Pelos mares revoltos, encantos
Em olhares secos.

Os meus olhos estão secos,
E meu ser não se nega.

Ontem eu voei por todo o globo
Ontem eu fui eu mesmo.
Hoje também serei.

Ninguém viu minha luz.
Todos me deram conselhos
Sobre a dor.

Eu repetia que queria asas.
Que não poderiam me dar.
Eu voaria para minha casa,
Eu rumaria para um lugar.

Hoje sonho sonhos
Em preto e branco.

Hoje reclamo de tudo
Com o olhar.

Pois aprendi que mar é mar
E ali,

Tudo é navegar.
ACM

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