RIO DE JANEIRO - Na minha crônica anterior, citei um
especialista que garantiu uma terceira guerra mundial na base do arco e flecha.
Nada de lutas corpo a corpo, baionetas, trincheiras,
questões econômicas ou territoriais. Haverá um equilíbrio nuclear que espaçará
batalhas na base do custo-benefício. Somente grupos terroristas terão motivação
para bagunçar o coreto mundial.
Citei também que, recentemente, no aeroporto de Viena, tive
de tirar os sapatos -medida de segurança já adotada em quase todo o mundo. O
que me espantou foi o exame minucioso que fizeram na minha bagagem de mão,
confiscando minha tesourinha de unha, uma Solingen que me acompanhava havia
anos.
Bem, com arco e flecha eu até poderia criar uma confusão
durante o voo, mas considero remotíssimas as possibilidades de sequestrar um
avião com uma tesourinha de unha, pilotá-lo até a Casa Branca, o Capitólio ou a
basílica de São Pedro e fazer um estrago considerável no concerto dos povos.
De qualquer forma, do jeito como as coisas estão indo,
medidas cautelares devem ser tomadas para impedir ou adiar, dentro do possível,
a próxima e terceira guerra mundial.
A única certeza é que ela não será como as outras, "day
by day", avanços e recuos em terrenos pantanosos, mudanças de tática,
ordens do dia inflamadas, boletins da CNN e da BBC. A tecnologia já existente e
acessível não apenas às grandes potências, mas aos grupos fundamentalistas
espalhados por todos os continentes, impedirá o armagedon previsto no
Apocalipse.
O negócio terá de ser feito na base do arco e da flecha
previstos pelo especialista, ou com tesourinhas de unha que conseguiremos
esconder em nossas sacolas de mão.
Desde a Guerra do Peloponeso não temos uma guerra que mereça
um Tucídides.
CARLOS HEITOR CONY - 15 Sep 2011
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