O ideal é transcendermos a forma e encontrarmos a superação
do intelecto, que se encontra imortalizado fora da "alegoria da
caverna". A comparação que fazem entre nós, através de tratados de
personalidades patológicas, não impede que realizemos a dissociação dessa
infelicidade pretérita e exercitemos uma perspectiva estética futura. Através
da ética interpretativa, redimo meu ser de participar em tamanha angústia pois nem ao menos tenho o direito de
significar. Vejo um horizonte amplo de possibilidades criativas e faço uso da
palavra como sangue em minhas veias que são a vida desse corpo perfeito cujos
sentidos fazem o festival da percepção simbólica. A palavra é como a vida,
permanece para além da morte, na lembrança e na abstração dos conceitos da
persona. Tamanha rebeldia contra a forma encontra a destruição em conceitos
equivocados sobre a personalidade em sua essência "a priori", que
está para além dessas subjetividades evocadas e supostas. Imagino que nossa
produção literária pode estigmatizar-se como "engrenagens" de uma
grande máquina: consigo ver beleza nas engrenagens de um relógio.
Anderson Carlos Maciel
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