A LITERATURA EXPLOSIVA DE MAICKNUCLEAR
(Mário Bortolotto)
Foi a Jeca (minha amiga lá de Londrina, a escritora
Maria Angélica Abramo) que me apresentou aos textos do Maick. Ela disse assim
mesmo: “Marião, lê os textos desse menino. Ele é foda. Você vai gostar”. E eu
gostei mesmo. O Garoto tinha uma pegada rock and roll no texto do jeito que a
Jeca sabia que eu ia curtir, mas não era nada forçado, parecia natural no jeito
que ele escrevia. A sua narrativa transita livremente entre a podridão mais
buwoskiniana possível até o jogo de palavras mais rebuscado e alucinante meio
pop meio erudito meio porra louca meio atento meio cheio de personalidade mas
com uma desencanação do tipo nada a ver. Sua literatura parece querer buscar
algo profundo e desconcertante, mas ao mesmo
tempo parece mesmo estar de olho nas taças de vinho que o garçon tá trazendo
pro coquetel. Quando você começa a querer levar muito a sério sua literatura
ele te dá uma rasteira, derruba cerveja na sua camiseta e parece dizer: “Ah,
qual é, Man?” É como se o tempo inteiro ele tentasse frear o seu entusiasmo de
jovem escritor numas do seu ego não sair por aí bancando o franco atirador.
Sim, por que deixem eu esclarecer pra vocês que Maick é ainda um escritor muito
jovem do tipo que você facilmente fecharia um dos olhos para qualquer deslize
proveniente de um possível deserto de idéias. Sempre tem horas que o escritor
apela. Mas não é necessário. Não é o caso dele e vocês vão atestar o que estou
falando quando mergulharem nesse livro. Maick se belisca antes de cometer
pequenos e perdoáveis crimes que me fariam piscar numa velocidade alterada ou
simplesmente desviar os olhos para uma bunda feminina antídoto de parágrafos
atabalhoados acometidos de bebida vagabunda de procedência sombria. Maick não
cometeria a sandice ou o sacrilégio de usar as palavras de maneira indevida.
Ele as respeita, as trata bem, chega a venerá-las, mas se preciso for, ele as
joga na parede e parte pra cima. O escritor desse livro é uma espécie de esteta
da sarjeta, com uma literatura explosiva condizente com o codinome com o qual
se auto-batizou. Mas não o que temer. O que explode na sua literatura são
alternativas para pessoas que pedem desculpas demais, que ficam tristes demais
ou que morrem de pena de si mesmos. Maicknuclear não tá nem aí. Ele apenas
passeia entre os escombros. Quem deu ordem de comando com a cara enfiada na
lama numa trincheira foi um cara com quem Maick não dividiria uma garrafa de
Bourbon.
Quem for a fim de adquirir o livro escreve pra
editora:
rubracartoneira@gmail.com
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