terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A LITERATURA EXPLOSIVA DE MAICKNUCLEAR




(Mário Bortolotto)

Foi a Jeca (minha amiga lá de Londrina, a escritora Maria Angélica Abramo) que me apresentou aos textos do Maick. Ela disse assim mesmo: “Marião, lê os textos desse menino. Ele é foda. Você vai gostar”. E eu gostei mesmo. O Garoto tinha uma pegada rock and roll no texto do jeito que a Jeca sabia que eu ia curtir, mas não era nada forçado, parecia natural no jeito que ele escrevia. A sua narrativa transita livremente entre a podridão mais buwoskiniana possível até o jogo de palavras mais rebuscado e alucinante meio pop meio erudito meio porra louca meio atento meio cheio de personalidade mas com uma desencanação do tipo nada a ver. Sua literatura parece querer buscar algo profundo e desconcertante, mas ao mesmo tempo parece mesmo estar de olho nas taças de vinho que o garçon tá trazendo pro coquetel. Quando você começa a querer levar muito a sério sua literatura ele te dá uma rasteira, derruba cerveja na sua camiseta e parece dizer: “Ah, qual é, Man?” É como se o tempo inteiro ele tentasse frear o seu entusiasmo de jovem escritor numas do seu ego não sair por aí bancando o franco atirador. Sim, por que deixem eu esclarecer pra vocês que Maick é ainda um escritor muito jovem do tipo que você facilmente fecharia um dos olhos para qualquer deslize proveniente de um possível deserto de idéias. Sempre tem horas que o escritor apela. Mas não é necessário. Não é o caso dele e vocês vão atestar o que estou falando quando mergulharem nesse livro. Maick se belisca antes de cometer pequenos e perdoáveis crimes que me fariam piscar numa velocidade alterada ou simplesmente desviar os olhos para uma bunda feminina antídoto de parágrafos atabalhoados acometidos de bebida vagabunda de procedência sombria. Maick não cometeria a sandice ou o sacrilégio de usar as palavras de maneira indevida. Ele as respeita, as trata bem, chega a venerá-las, mas se preciso for, ele as joga na parede e parte pra cima. O escritor desse livro é uma espécie de esteta da sarjeta, com uma literatura explosiva condizente com o codinome com o qual se auto-batizou. Mas não o que temer. O que explode na sua literatura são alternativas para pessoas que pedem desculpas demais, que ficam tristes demais ou que morrem de pena de si mesmos. Maicknuclear não tá nem aí. Ele apenas passeia entre os escombros. Quem deu ordem de comando com a cara enfiada na lama numa trincheira foi um cara com quem Maick não dividiria uma garrafa de Bourbon.

Quem for a fim de adquirir o livro escreve pra editora:
rubracartoneira@gmail.com

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