terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Trova



A trova é uma forma clássica de expressão, sintética, e de audição agradável. É um dos menores poema da língua portuguesa, constituído por uma única estrofe, composta por quatro versos, rimando o primeiro com o terceiro, e o segundo com o quarto, cada qual com 7 (sete) sílabas poéticas, sonoras e não literais. Conta-se, em cada verso, até a sétima sílaba tônica - respeitando-se as elisões - totalizando-se 28 sílabas poéticas (sonoras). A sua declamação leva 8 segundos, com a circunstância de expressar tudo, sintética e graciosamente, sobre o tema proposto, motivo pelo qual não contém título, haja vista que o próprio conteúdo já o define. É, inclusive, uma forma de conduzir o escritor ao poder da síntese, proporcionando-lhe abarcar um maior número de vocábulos da língua pátria, e imprescindíveis à sua estruturação. Eis o encanto e o segredo de uma simples trova.

Abaixo alguns trovas de Autoria do Trovador Nei Garcez (Vice-Presidente da UBT-Curitiba, sobre o que seja a trova)...

O QUE É A TROVA

A menor poesia clássica
da linguagem portuguesa.
Em que pese não jurássica,
é antiga com certeza.
*
Começou no sul da França,
e sem regras para tal,
ao sofrer certa mudança
hoje é arte mundial.
*
Desde a “Arte pela Arte”
lá da Grécia, ou de Roma,
ela vem fazendo parte
da cultura em nosso idioma.
*
Com a trova se diz tudo
em fração de oito segundos,
e seus temas, sobretudo,
são precisos e fecundos.
*
Toda trova tem por meta
eloquente descrição,
numa síntese completa,
nos trazendo a compreensão.
*
Trova é rima de versos
que, com métrica, bem feita,
entre os temas mais diversos,
forma a estrofe assim perfeita.
*
O segredo de uma trova
está sempre na elisão,
pois é esta que comprova
sua grande precisão.
*
Toda trova tem, na rima,
e na métrica, a beleza,
tem ainda, assim por cima,
na elisão, a sutileza.
(Nei Garcez)

Apesar de sua antiguidade, a Trova ficou difundida no Brasil lá pelos idos de 1950, através de Gilson de Castro (dentista), em Nova Friburgo/RJ (O Berço da Trova), sob o pseudônimo de Luiz Otávio que, respeitando a ética, não quis relacionar o Poeta com a Profissão.

Uma de suas trovas:

“Festejo tanto e bendigo
vitórias que os outros têm
que a vitória de um amigo
parece minha também.”

Nenhum comentário: