retrato urbano
em esquinas e becos
tem mãos de meninos
que roubam
que matam
que morrem
na pele, no osso
o medo, o terror
e na noite vazia
tem nas mãos de meninos
pedra, punhal
ou serão
gotas de sonhos
que não germinaram
com os sentidos bloqueados
entre lama e fantasmas
o que tem no abandono
é o belo em carrancas
que traduz o escuro
o avesso da vida
corroendo a alma
com total dissabor
e nas mãos de meninos:
pedaços de nada
a bandeira da dor
cláudia gonçalves
do
livro em construção "Cem haikais e uma suíte para ouvir Leminski"
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