terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ode V


Partir era nascer novamente sem choro ou estar coberto de sangue. Pela manhã eu já havia tirado metade da minha vida do armário, cartas amareleladas sem gosto saudosista como se fossem minhas punhetas matinais antes de entrar na sala de aula. Tudo coube dentro de uma caixa, que grande vida cabia numa caixa, tudo resumido e acabado. Eu tinha um apego pelo fim como se fosse um bebê à quem cuidar. Tomei um café assistindo ao dia começar com todo aquele maldito clichê. Estava cansado de tudo.

Olhava as horas e não significava porra nenhum agora por que o tempo comeu tudo de cima para baixo. Uma foda embriagado dos nossos eus com os outros e por esse equação fodida aqui estava mais um em despedida.

Raiva dentro dos ossos por mais uma década não mais querendo prolongar restos de mim varridos com carinho para baixo dos panos. Nomeie o sangue da minha família meu orgulho e derrota, aproxima que viesse olharia o parentesco: " Mais um não..."

Bebo minha terra, algo de melhor...

Redson Vitorino

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