SOBRE UM ALCOÓLATRA AMARGURADO
Tornei-me um beberrão e, na bebida,
procuro me esquecer daquela ingrata
que amei. Mas a saudade me maltrata
demais, e não tem jeito a minha vida...
Primeiro, foi com vinho. Só quem lida
com marcas consagradas sabe a data
correta duma safra. Só quem trata
da adega, como eu trato, não duvida...
Mas a separação me desleixou:
passei a beber vinho de segunda,
vermute, e até cachaça! E grogue estou!
Se, ao menos, fosse aquela vagabunda
também boa de copo... Bem, não vou
fazer mais conjetura que confunda...
[Glauco Mattoso | Cancioneiro carioca e brasileiro]
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