● a grande
porca louca e seus desejos assim ●
● como quem pula com a corda dos enforcados ●
● num delicioso domingo de sol e cansaço ●
● é preciso endurecer os dedos nesse tempo ●
● a lingua não tanto pelo q deixou de ser ●
● porisso o inverno e o verão q não desgruda ●
● essas ruas nesse calor parecem mais de mil ●
● ruas entrelaçadas como dedos cortados ●
● e o riso e o riso q se encontra nesse encontro ●
● sem nascer sem morrer nessa eternidade ●
● sem espaço sem tempo agora desde sempre ●
● o dinheiro e as mercadorias no seu lugar ●
● o negocio é tirar os sapatos e as meias ●
● ficar assim entre as ondas e as areias ●
● longe todos eles e a precisa doença ●
● com esses braços em anzois abraçar ●
● o q não vem mais e rir o riso desses dedos ●
● essa nodoa clara esfriando das paixões ●
● simetrica a turba segue como formigas ●
● deitar o corpo na areia quente e a pedra ●
● essa desde dentro isso q não dorme mais ●
● e abrir a boca pra esse pelicano q morre ●
● esse mesmo q tambem abre a boca e cospe ●
● vomita tudo a vida partida aqui pra dentro ●
Alberto Lins Caldas
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