quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013



a grande porca louca e seus desejos assim
● como quem pula com a corda dos enforcados ●
● num delicioso domingo de sol e cansaço ●

● é preciso endurecer os dedos nesse tempo ●
● a lingua não tanto pelo q deixou de ser ●
● porisso o inverno e o verão q não desgruda ●

● essas ruas nesse calor parecem mais de mil ●
● ruas entrelaçadas como dedos cortados ●
● e o riso e o riso q se encontra nesse encontro ●

● sem nascer sem morrer nessa eternidade ●
● sem espaço sem tempo agora desde sempre ●
● o dinheiro e as mercadorias no seu lugar ●

● o negocio é tirar os sapatos e as meias ●
● ficar assim entre as ondas e as areias ●
● longe todos eles e a precisa doença ●

● com esses braços em anzois abraçar ●
● o q não vem mais e rir o riso desses dedos ●
● essa nodoa clara esfriando das paixões ●

● simetrica a turba segue como formigas ●
● deitar o corpo na areia quente e a pedra ●
● essa desde dentro isso q não dorme mais ●

● e abrir a boca pra esse pelicano q morre ●
● esse mesmo q tambem abre a boca e cospe ●
● vomita tudo a vida partida aqui pra dentro ●
Alberto Lins Caldas

Nenhum comentário: