A maternidade entardeceu-me
O verão quente da juventude
Passou...
Chegou o outono
E seu fim de tarde
A barriga cresceu
Tornou lua cheia
Os seios grandes
Bicos abertos
Esguicham leite
O rosto redondo
Os lábios grandes
E a fúria da luta
A cria chegou
Com promessa de futuro
Com fome de presente
Estava tudo pronto
Meu colo e minhas noites
Nossas mãos e nossos olhos
Não havia o que temer
Depois de tudo, juntas
O mundo é pequeno
Imenso é o nosso amor
De carne, alma, e silêncio
Pequena é a vida
Imenso é o tempo
Sem fim.
(Mariana de Almeida)
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