sexta-feira, 25 de agosto de 2017

quando os cavalos dormem à cabeça
da chuva
e súbito acordam na noite
mais breve do silêncio

a vidraça veste-se
de gala
de sílabas breves ou pássaros
que pousam nos dedos
em fogo da criação

e o poeta recolhe simplesmente
a sombra dos gestos
desses dedos fugazes
que no próprio fogo se consomem

Xavier Zarco



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